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Metade dos brasileiros evitaria contratar um serviço online que sofreu violação de dados

Consumidores estão mais atentos às responsabilidades das empresas com informações pessoais, diz pesquisa

Metade dos consumidores brasileiros (50%) abandonaria um provedor de serviços online se ele sofresse qualquer forma de violação de dados, de acordo com um estudo conduzido pela empresa de segurança Kaspersky com 15 mil pessoas em todo o mundo.

Para os brasileiros, o uso indevido de dados pessoais dos clientes é o que mais irrita: 68% afirmam que não usariam mais o provedor por medo de que suas informações fossem vendidas a terceiros. As conclusões da pesquisa mostram que à medida que os consumidores entendem mais sobre as responsabilidades de privacidade de dados das empresas, aumenta a demanda por transparência no modo com que estas lidam com tais informações.

O atual contexto da pandemia, que forçou os brasileiros a comprar, se entreter, interagir com outras pessoas e fazer negócios apenas pela internet, parece ter despertado também maior consciência sobre a quantidade de dados que está sendo compartilhada e quais as consequências dessa proliferação. Tanto que a tendência de uma demanda por maior transparência, responsabilidade e proteção dos dados pessoais não se reflete apenas nos 50% dos consumidores que parariam de usar um provedor online caso este sofresse uma violação: 76% dos brasileiros preocupam-se com o monitoramento constante de suas atividades em sites e serviços online.

Além disso, no Brasil, 60% dos consumidores querem que as empresas sejam transparentes no processamento de dados, 58% acreditam que elas deveriam ser mais claras sobre como sua tecnologia funciona e 53% apelam aos governos para que sejam transparentes sobre seus respectivos processos de coleta e gestão de dados.

A boa notícia é que a maior preocupação com os dados não impede os consumidores de adotarem novos serviços: 75% dos brasileiros afirmam que os aplicativos e serviços digitais que usam tornam suas vidas mais fáceis.

As diretrizes mostradas pelo estudo deixam claro que o consumidor quer ter mais consciência de como seus dados são usados, e que conquistar sua confiança só depende da empresa e de como ela comunica isso para seu cliente.

Claudio Martinelli, diretor-geral da Kaspersky na América Latina, se espanta que os outros 50% dos brasileiros não se importam caso seus dados sejam expostos online, mas celebra a mudança de comportamento dos consumidores e espera que essa tendência force cada vez mais empresas a adotarem boas práticas de processamento de dados.